quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Educação no transito: Tarefa do poder público


Qual é o papel do ensino público para uma sociedade, como o Brasil? Poderíamos responder –grosso modo- que é uma forma de tornar os cidadãos cientes de seus direitos e deveres. Isso em todas as formas de vida social. Por que, não temos na nossa grade escolar uma matéria voltada totalmente para legislação de transito? Pois cada cidadão em algum momento de sua vida vai ser um motorista, caso não venha a se tronar um, mesmo assim terá que enfrentar o transito como pedestre, ou ciclista. E podemos notar com uma simples caminhada no centro de qualquer cidade do Brasil, que não temos bons motoristas circulando por ai, muito menos bons pedestres. 

O Brasil está entre os países com maior número de mortes no transito no mundo. Mesmo com um código nacional de trânsito muito avançado, ainda estamos com as piores estatísticas do mundo em se tratando de acidentes com veículos automotores. Por quê? Porque não temos educação de transito onde deveríamos ter: na escola. Se desde o jardim da infância começássemos a aprender como atravessar uma via pública, ou o significado dos sinais de trânsito, certamente ao sairmos do colégio já seriamos bons pedestres e potenciais bons motoristas. Se entrássemos no segundo grau e tivéssemos aulas de direção veicular, chegaríamos aos 18 anos aptos a dirigir. 

Não sei quais interesses estão em jogo, quando se fala de tornar a educação de trânsito uma responsabilidade do poder público. Mas parece que as empresas particulares que cuidam disso hoje em dia seriam as maiores prejudicadas – as auto-escolas. Não digo que essas empresas são totalmente ineficientes, só acho que em 30 dias de aulas teóricas e mais 30 de aulas práticas não estamos criando bons usuários do trânsito, mas sim um exército de eternos inexperientes. 


André Stanley 

André Stanley é professor e escritor; autor do livro “O Cadáver”; presidiu o Centro acadêmico do curso de História no UNIFEG em 2007, é membro efetivo da Ass. Dos Historiadores e pesquisadores dos Sertões do Jacuhy desde 2004. Atua hoje como professor e pesquisador de História. Também leciona língua inglesa idioma que domina desde a adolescência..

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